Eurodeputado José Gusmão visita Ribeira dos Milagres
Há várias décadas que a Ribeira dos Milagres, bem como toda a bacia hidrográfica do rio Lis, vive em flagrante violação da Diretiva Quadro da Água. Apesar das muitas promessas que foram feitas ao longo destes anos, o problema continua por resolver.
O Eurodeputado José Gusmão e o Bloco de Esquerda de Leiria estiveram no sábado, 18 de junho, junto à Ribeira dos Milagres, com a Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres, para verificar que tudo continua por fazer e mais uma vez unir esforços na defesa da bacia hidrográfica do Lis.
Declarações do Eurodeputado José Gusmão: “Há várias décadas que a Ribeira dos Milagres, e toda a bacia hidrográfica do Lis, vive em flagrante violação da Diretiva Quadro da Água. Os problemas de qualidade da água são enormes e alargam-se aos lençóis freáticos com consequências ambientais dramáticas para toda a região. Durante todo este período houve sucessivos anúncios, sucessivas promessas, chegou a haver fundos comunitários adjudicados para a instalação de uma estação de tratamento, mas o problema continua por resolver. Inclusive, o Bloco de Esquerda já fez perguntas, quer ao Governo de Portugal, quer à Comissão Europeia, sobre a resolução deste problema e o que viemos hoje aqui fazer foi uma visita para confirmar que os problemas continuam por resolver, que os efluentes das muitas suiniculturas que operam nesta região continuam a não ser tratados e para fazer uma nova pergunta à Comissão Europeia para que façam cumprir aquilo que é a lei comunitária e a lei nacional que é assegurar o tratamento destas águas e assegurar a proteção do ambiente em toda esta região.”
Declarações de Rui Crespo, da Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres: “Esta é uma problemática que afeta não só a Ribeira dos Milagres, mas sim a bacia hidrográfica do Lis. Aparentemente as águas nesta ribeira estão limpas, mas isso não é sinónimo de que as coisas estão resolvidas, pelo contrário: preocupa-nos aquilo que não se vê, porque efetivamente continuam a ser produzidos os 2300 a 2500 metros cúbicos dia, dos quais são tratados em média 70 metros cúbicos. Todos os restantes continuam a ser espalhados nos campos do Lis e em terrenos adjacentes, pinhais, eucaliptais, etc. Nestes últimos tempos não se tem falado muito na problemática, mas a causa não está morta. Continuamos ativos, continuamos interessados e decididos a levar por diante esta luta até que efetivamente sejam criadas as condições para que sejam tratados todos os efluentes produzidos.”