Esta terça à noite debatem-se soluções para o Interior
Há muito tempo que o Bloco debate a dicotomia entre o Interior e o Litoral e apresenta propostas para que as desigualdades acentuadas e a tendência de envelhecimento e despovoamento do interior do país sejam combatidas.
Em tempo de crise pandémica, é certo que as diferenças e fragilidades se acentuam, sendo que o impacto da atual crise não se fará sentir de forma equitativa por todo o território português. É sobre este mote de discussão e procura de soluções possíveis para o Interior que, sob a moderação de Ana Carolina Gomes, vamos Ao Encontro com Cláudio Torres e Pedro Guedes de Oliveira, para cogitar o Interior. A iniciativa será transmitida em direto no Interior do Avesso(link is external) a partir das 21h30, e conta com interpretação em Língua Gestual Portuguesa.
Aqui ficam curtas notas biográficas dos oradores:
Cláudio Torres nasceu em Tondela há 81 anos. Escolheu Mértola para viver há cerca de 40 anos depois de uma inspiradora vida de resistência ao fascismo. Foi preso pela PIDE, protagonizou uma fuga ao regime Salazarista numa pequena embarcação de recreio e esteve na clandestinidade. O 25 de Abril de 1974 permitiu regressar a Portugal onde exerceu funções de Professor assistente na Faculdade de Letras de Lisboa entre 1974 e 1986. Em Mértola é um dos principais protagonistas dum enorme projeto cultural de desenvolvimento do interior, do território outrora abandonado, sendo Presidente do Campo Arqueológico de Mértola, onde desenvolve uma vasta investigação relacionada com a História Medieval.
Licenciou-se em História de Arte pela Universidade de Bucareste em 1973 e é Doutor Honoris Causa pela Universidade de Évora.
Foi galardoado com o Prémio Pessoa em 1991 e com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique a 9 de Junho de 1993.
Pedro Oliveira nasceu em Lisboa há 37 anos. Escolheu Trás-os-Montes como a sua região, fortemente motivado pelas desigualdades territoriais e sociais. É mestre em linguística pela Universidade de Lisboa e está a desenvolver o seu plano de investigação no âmbito do doutoramento em linguística na Universidade de Santiago de Compostela. É Investigador Científico no Centro de Linguística da Universidade do Porto e do Instituto de Língua Galega, da Universidade de Santiago de Compostela. É Assistente Convidado na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança. Integra a equipa que está a desenvolver os conteúdos científicos para o Museu da Língua Portuguesa. Ativista na Catarse/Movimento Social, movimento que luta contra qualquer atentado à liberdade e dignidade Humana. Defende a literacia social e política. Colabora na plataforma Interior do Avesso, onde reflete sobre as desigualdades sociais, educativos e culturais a Nordeste de Portugal.
Ana Carolina Gomes nasceu em Coimbra há 30 anos. Cresceu em Coimbra, com fortes raízes familiares em Castelo de Paiva e no Porto. Escolheu residir em Viseu.
Desde cedo, manifestou interesse em áreas comumente assumidas como divergentes: literatura, ciência, arte, medicina, religião, filosofia, política. É procurando uma abordagem crítica e interdisciplinar do mundo e da humanidade que decidiu formar-se em Antropologia. É na mesma busca que atualmente “existe” em diversos desígnios e lutas.
Exerce a sua atividade profissional numa empresa de transporte coletivo de passageiros da região.
Milita no Bloco de Esquerda, onde integra a Comissão Coordenadora Distrital de Viseu e a Mesa Nacional.
É ativista social, através da Plataforma Já Marchavas e do respetivo Núcleo da Rede 8M.
Tem ainda abraçado diversos desafios, colaborando, por exemplo, com o projeto cultural Sementeira, a edição de Viseu do Desobedoc ou o portal de informação Interior do Avesso (equipa editorial).