"Nós hoje vivemos uma realidade distinta do passado com a emergência das alterações climáticas e os incêndios são uma das suas principais faces mais visíveis.
Hoje temos riscos de mega incêndio, de grande dimensão geográfica e perigosidade que resultam essencialmente de duas componentes: da uniformização da paisagem, como a monocultura de Eucalipto e Pinheiro Bravo e da combinação disso com um grande abandono da atividade agrícola, e portanto, uma das principais questões a fazer é garantir que o abandono da agricultura é travado e que quem tem pequenas agriculturas, que é o que constituí essencialmente os territórios do Centro e Norte, onde os incêndios são mais gravosos, tem capacidade de ter uma vida digna e encontrar rendimentos ajustados àquele trabalho e isso implica que o dinheiro que existe disponível para fazer a Política Agrícola e Florestal, que neste caso está em negociação um pacote de 10 000 milhões de euros da Política Agrícola Comum (PAC), seja aberta a todos os agricultores... As Regiões mais afetadas são, hoje sabemos isso, são as Regiões com menor cobertura dos apoios públicos da Política Agrícola Comum (PAC) e esse é também o motivo pelo qual há muito abandono."