Numa entrevista à Newsletter Lado Esquerdo, Fabíola Cardoso argumenta que o movimento LGBTQIA+ é uma vacina contra o fascismo e que o estado de uma democracia pode ser avaliado pela liberdade que pessoas pertencentes à comunidade têm nesse mesmo país. Referiu também que a desigualdade baseada na orientação sexual e na identidade de género é um dos pilares estruturantes do capitalismo, sendo tão poderosa como a própria desigualdade de classes.
Começou por se tornar uma ativista LGBTQIA+, no ano de 1996, quando “ainda não havia LGBTs”, ajudou a fundar o Clube Safo que nasceu para fazer frente à insuficiência sentida no movimento gay que já existia em Portugal, e que organizou, juntamente com outras associações, a primeira marcha LGBTQIA+ a nível nacional. Passou a militante no Bloco de Esquerda após ter sido convidada para participar na primeira convenção do partido, percebendo que não bastava um trabalho comunitário para provocar as transformações necessárias. Atualmente, como professora de biologia, acredita que a arma mais poderosa que temos contra a homofobia e a transfobia é a educação, mantendo-se politicamente e socialmente ativa no movimento LGBTQIA+ que tem ganho cada vez mais visibilidade. Numa entrevista em que explica o contexto histórico do movimento, onde se discute como combater os obstáculos e como manter a dinâmica de conquistas das lutas em Portugal, Fabíola Cardoso, derruba conceitos como a “ideologia de género” e assume que apesar de muito ter sido feito ainda há muito por fazer.