Roseworld: empresa de plásticos de Leiria opera sem condições de higiene e gerente impõe diversos abusos
A Roseworld, empresa com instalações em Azóia (Leiria) dedicada à produção de artigos em plástico, segundo denúncias que recebemos, opera sem as devidas garantias de proteção dos trabalhadores, nomeadamente tendo em conta a atual situação sanitária, não sendo facultadas máscaras de proteção respiratória e não existindo gel desinfetante disponível. As denúncias relatam que a empresa não está sequer a cumprir as regras básicas de higiene e segurança no trabalho, sendo a situação particularmente grave nos balneários – sobretudo no das mulheres, que os relatos dizem estar a transformar-se num espaço de criação de caracóis. Uma situação de princípio de incêndio teve de ser resolvida atacado com recurso a baldes de água, porque o extintor não estava em condições de ser utilizado (segundo os testemunhos, nessa situação, quando um trabalhador alertou para o facto de o extinto não funcionar, o gerente respondeu que “isso é caro”).
Para além das más condições do local de trabalho, as denúncias relatam também o despedimento de um dos trabalhadores. O funcionário, com contrato a prazo que passaria a efetivo em agosto, foi forçado a tirar férias durante o presente mês de julho, tendo-lhe sido posteriormente comunicado a decisão do despedimento. Os relatos afirmam ainda que têm sido contratados trabalhadores de nacionalidade estrangeira, a quem o gerente paga cerca de menos 200 euros por trabalho idêntico.
As denúncias descrevem ainda um clima de abuso permanente por parte do gerente da empresa. Os relatos descrevem que os funcionários são frequentemente obrigados a fazer tarefas que nada têm a ver com as suas funções profissionais, como, por exemplo, tratar e alimentar os cães do gerente. Outros relatos descrevem situações em que, perante a avaria de um máquina que impede o trabalhador de desenvolver o seu trabalho, o gerente envia o funcionário para casa e desconta dias de férias até a máquina estar novamente em funções. O ambiente de total abuso fica bastante evidente na descrição de uma situação em que o gerente entrou no balneário das mulheres no momento em que uma trabalhadora se encontrava a utilizá-lo, sem pedir de autorização para o fazer.
Segundo a informação que obtivemos, a apresentação de queixas levou a uma inspeção por parte da Autoridade para as Condições do Trabalho, que esteve na fábrica e constatou inúmeras irregularidades, tendo sido levantados 4 autos de contra-ordenação. Espera-se que a atuação das autoridades obrigue o gerente a alterar a sua conduta, passando a respeitar os direitos laborais e corrigindo as inúmeras falhas nas suas obrigações patronais.