MOÇÃO E - Um Bloco Plural para uma Alternativa de Esquerda! [Newsletter: Lado Esquerdo]

“Esquerda, Esperança, Ecossocialismo”

É preciso retirar conclusões dos últimos trabalhos do bloco de Esquerda.

 

A – O que se propõe a nível nacional

Temos de afirmar as nossas políticas, as nossas linhas vermelhas.

Queremos um futuro com uma democracia com diálogo, com participação e sem exclusões. Somos, todos, precisos. O Bloco tem de cativar os camaradas que durante estes últimos anos se têm desvinculado do partido.

A fuga de vários aderentes do Bloco, especialmente no distrito de Leiria, é preocupante, e tudo devermos fazer para cativar esses camaradas, criando formas de reavivar as bases e trazer mais força com vista a reforçar as concelhias em todo o distrito.

A Moção E, não tem slogans como outros partidos utilizam, como «Gente de Bem». O Bloco deverá ter como objetivo abraçar todas as pessoas que defende os valores que deram origem ao partido, reforçando as bases, o poder das massas, não ficando em casa e que lutam nas ruas contra o estado em que nos encontramos.

Não nos poderemos cingir a uma “Vida Boa”, como apela a outra moção. Exigimos o que é nosso: paz, pão, liberdade, e Igualdade para todos e sem limitações.

Deveremos reforçar a nossa presença nas lutas sociais – as lutas de todos os dias, por uma Saúde, gratuita e acessível a todos; por uma Educação gratuita, no setor público; por uma Justiça, célere e gratuita; por um apoio à Agricultura, no interior do país; por Emprego digno para quem trabalha; e, acima de tudo por uma Pensão justa para quem tanto lutou pelo nosso país!

Os temas que constam da Moção E, são uma exigência para os próximos anos:

- Afirmar um projeto de transformação da sociedade; O Bloco nasceu como um partido de influência política que se foi esvanecendo nos últimos anos, dando azo a que outras forças da extrema-direita se aproveitem desses valores que eram as nossas bandeiras.

- Acabaram os tempos do “Contrato Social” – Está em curso a guerra social contra os 99%: Apontamos uma nova sociedade assente no Ecossocialismo, horizonte mobilizador capaz de alavancar ações coletivas por parte de novos e mais antigos movimentos sociais. Em termos mundiais, não alinhamos em nenhuma das fações da instabilidade internacional. Nem EUA, nem NATO, Rússia, nem China. Rejeitamos o alinhamento com qualquer das partes. O nosso combate é anti hegemónico e ecossocialista.

Rejeitamos veementemente a agressão da Rússia à Ucrânia e exigimos a todas as potências envolvidas que, em vez de alimentarem a guerra, cessem imediatamente os combates e avancem para negociações da paz. A deslocação de representante do BE à Ucrânia é a demonstração da orientação errática do partido quanto a esta matéria. Participar numa delegação a convite de um fascista responsável pela morte de ativistas e de pessoas da oposição, é indecente. O que fomos lá fazer? Dar o apoio à Aliança Euro-Atlântica para continuar a guerra?

- A maioria absoluta combate-se com as lutas sociais: A perda de poder de compra de trabalhadores e pensionistas é um facto dramático. O combate pela erradicação da pobreza contra o empobrecimento são centrais na nossa intervenção política; A construção para uma alternativa de esquerda para o país impõe o combate à maioria absoluta do PS, apoiada num novo projeto de sociedade, numa linha política autónoma, num sistema de alianças e na mobilização social para múltiplas lutas no espaço político.

 

B – O que desejamos para o distrito de Leiria

Não poderemos ignorar a situação dramática da vida interna do Bloco de Esquerda a nível nacional.

O debate na Convenção deverá ser o palco da análise do espectro político do partido, mas também de um amplo e profundo balanço crítico sobre a situação interna.

Não poderemos escamotear o arrombo que tivemos quanto a aderentes do partido, reconhecendo uma enorme saída de filiados e das receitas de quotização.

É certo que os resultados dos últimos três atos eleitorais foram a razão da fuga de muitos simpatizantes e aderentes do partido.

Mas não poderemos ignorar que uma das razões da desvinculação dos aderentes se deve ao mau funcionamento dos órgãos estatutários do partido que seguiram uma onda de perseguição e de processos disciplinares, quase todos, esmagadoramente, centrados sobre aderentes de fações contrárias à da direção do partido.

É tempo de nos reunirmos, todos, em torno do partido, sem quaisquer perseguições pessoais que nada beneficiam a nossa democracia interna.

O partido nasceu na criação de um movimento com várias tendências. E assim, deverá continuar.

A próxima convenção deverá ser uma nova etapa para a vida do nosso partido.

A Moção E apresentou um conjunto de alterações aos Estatutos que consideramos pertinentes, tais como:

  1. Disciplina nos processos de despedimento dos funcionários do partido. Deveremos defender as regras por que nos debatemos a nível nacional. Não devemos praticar atos e tomar medidas que combatemos “lá fora” no foro laboral; artigo 4º.)
  2. Nenhum aderente poderá «cumprir» sanções, em processos disciplinares sem trânsito em julgado da deliberação da Mesa Nacional; (artigo 6º.)
  3. Descentralização da autonomia financeira dos órgãos de base; (artigo 13º.);
  4. Não sobreposição de núcleos sobre os pré-existentes no âmbito do mesmo bairro, empresa, freguesia ou concelho; (artigo 16º.)

Todos fazemos falta ao Bloco.

Unidos seremos mais fortes e alcançaremos os objetivos enraizados nas fontes que deram origem ao nosso Partido!

O voto numa das moções à XIII Convenção do Partido é necessário e urgente para que demonstremos a nossa força.

O voto na “Moção E” é o garante de que a pluralidade e a troca de ideias e projetos tornarão, certamente, o Bloco mais unido nos seus ideais, revigorando os pilares da sua criação.

 

VIVA O BLOCO DE ESQUERDA!

 

Conteúdo entregue pela Moção E em resposta ao pedido da Comissão Coordenadora Concelhia de Leiria para inclusão de textos das moções apresentadas à XIII Convenção do Bloco de Esquerda na edição de maio na Newsletter Lado Esquerdo, com parecer positivo da COC.