“A lição que nos deu o 25 de Abril foi saber construir o Estado Social”
Em reação à declaração de Marcelo Rebelo de Sousa nas comemorações do 25 de Abril, Catarina Martins começou por “congratular” o Presidente da República “por vir ao Parlamento incentivar todas as forças políticas” a “terem capacidade de fiscalização do que está a acontecer no país e capacidade de projeto político para responder à crise”.
A coordenadora do Bloco manifestou “solidariedade para com todos os que estão a sofrer com o que estamos viver” e também saudou “todos os profissionais na primeira linha do combate à crise”. O que inclui não só os profissionais de saúde e os cuidadores dos lares mas também todos os dos serviços essenciais que “merecem todo o nosso respeito, toda a nossa solidariedade e o nosso agradecimento”.
Catarina Martins reforçou as “duas prioridades” do Bloco para este momento: a saúde publica “para proteger a população” e a emergência social porque é preciso “proibir despedimentos, garantir salários, proteger as populações mais vulneráveis, garantir a habitação e os bens essenciais”
Mas o Bloco não se fica por aqui aqui e apresenta já as “urgências para reconstruir o país”. E “essa urgência está na capacidade de investimento”, contra-cíclico, que “promova o emprego, o salário, que permita à nossa economia crescer”. E também, claro, “reforçar o Serviço Nacional de Saúde que foi uma construção do 25 de Abril” que tem sido “pilar destes dias e de todos os dias”.
Questionada pelos jornalistas presentes sobre se o Bloco aceitaria, na sequência desta crise, um caminho de austeridade, a dirigente bloquista declarou que “a democracia se faz das ideias diversas que existem para reagir à crise”. E afiançou que o seu partido está convicto de que “a lição que nos deu o 25 de Abril foi saber construir o Estado Social”, essa solidariedade “em que se funda a Segurança Social, o Serviço Nacional de Saúde, a Escola Pública” e que foi “um passo de desenvolvimento”.
“Para passar qualquer crise é nos direitos de quem trabalha e no Estado Social que está a chave”. O Bloco pensa ainda que temos de aprender com o que “foi o erro da resposta à crise” de 2007/8, em que se respondeu “com austeridade, cortando nos salários, no emprego, nos serviços públicos.” Ou seja, “acrescentando crise à crise”.
Por outro lado, o Bloco tem uma escolha que é “no avesso da austeridade”: investimento, proteção do emprego do salário, exigência de uma economia com regras que seja mais justa.